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‘Estou à disposição’, disse Belo sobre retorno do Soweto (Foto: Gabriel Wickbold) |
Quando falo tudo novo, falo de verdade. Esse é o primeiro disco em 15 anos de carreira que eu consegui produzir e dirigir. Nunca tinha feito esse trabalho de escolher maestro, arranjadores, produtores, músicas… Sempre deleguei funções, mas hoje assumi tudo isso e fiquei no maior tesão com esse trabalho.
Não te deixavam fazer isso antes?
Estou há muito tempo na estrada e quer ia mostrar algo diferente. Tenho a característica de ser um cantor muito romântico. É uma identidade que criei e que as pessoas admiram. Eu não poderia mudar essa forma de cantar, de interpretar. Se você pega o meu disco, vai ver que ainda tem muita coisa romântica que lembra a época do Soweto. Não posso esquecer do grupo que me projetou no mercado nacional.
Existe um projeto de você voltar com o Soweto?
Foi uma especulação do mercado e eu já falei que estou à disposição para a hora que eles quiserem fazer algo comemorativo, informal. Em todos os meus shows, eu canto músicas do Soweto.
A letra da música ‘Onde Bate, Fica’ é baseada numa relação cujo sexo é o foco maior?
Quando começamos a elaborar o disco, eu já pensava em algo que ficaria legal no show. Quando fomos para o estúdio, pensamos numa coreografia de balé para o ‘Onde Bate, Fica’. A música tem uma linguagem muito jovem, feita por uma rapaziada que tá acostumada a falar com a galera mais nova.
E ‘Onde Bate, Fica’ é sexo, né? Você já teve alguma relação assim?
Não. Até porque eu sou muito romântico. Aprendi isso dentro de casa. Meu pai tirava o domingo para ficar o dia inteiro com a minha mãe.
Você não pensa em dançar, já que você tem um corpo de baile no show?
Penso, sim. Agora, vou começar a fazer. A galera tem pedido isso no show. O pessoal do balé é muito atuante, faz uma coisa mais teatral.
Você participaria do ‘Dança dos Famosos’?
Sou muito tímido.
Você nunca dançou?
Não, mas tenho ritmo. Sei sambar.
E o cabelo? Você marca uma entrevista e me aparece de touca?
Foi uma brincadeira contigo (risos)! Você foi o primeiro a dar a foto com a mudança. Todo mundo começou a replicar depois que você publicou. Ninguém acreditava, achavam que era peruca.
Foi algo muito pensado?
Foi, sim. Eu parei de descolorir o cabelo oito meses antes. Muita gente conhece o Belo como o lourinho do pagode. Continuo sendo, mas agora com dread.
É o ‘rasta’ do pagode?
Também (risos). Deixei o louro para não fazer uma mudança tão radical.
Foram 15 anos de água oxigenada?
Sim. Isso acaba com o cabelo. Ficava no máximo 25 dias sem descolorir. Eu digo às pessoas que fazem isso que o cabelo vai cair. Meu cabelo é totalmente preto e para fazer essa recuperação do bulbo capilar eu tive que esperar muito. Enquanto ele ia crescendo, eu usava boné. Foi maçante, foi triste porque eu não podia mais pintar o cabelo e as pessoas me cobravam.
Por que a mudança?
Eu gostava do visual do Lenny Kravitz numa época em que ele usou dread. Achei que dava para fazer igual. Aí, consultei minha mulher. Minha sogra, quando soube, acordava a Gracyanne de madrugada pedindo para não me deixar fazer isso (risos). Fizemos aqui em casa e durou oito horas.
Você pode ir para a piscina com esse cabelo?
Posso. Só tenho que secá-lo rapidamente depois.
E tem um cheiro bom, né? O xampu não fala português, não, né?
Eu fiz o programa da Xuxa e ela disse que tinha que cheirar o meu cabelo ao vivo (risos). Ela adorou!
As pessoas acham que vai cheirar mal?
Não sei se existe esse preconceito.
Quantos xampus você costuma usar?
Eu uso quatro. Não estava acostumado com esse cabelo todo, são 800 gramas. Agora, já acostumei, mas no começo eu tomava até remédio para dor de cabeça.
Como é para dormir?
Eu não tinha posição. Gracyanne me acordava reclamando que o cabelo estava no rosto dela.
E agora?
Hoje, eu durmo com o cabelo para cima. Me adaptei e não me arrependo. Gostei muito. É legal o público te olhar de uma forma diferente, até pessoas curiosas que não me conhecem e acham que eu canto reggae (risos).
Você tem praticamente um cinema na sua casa…
Curto muito a família e o ambiente de casa. Às vezes, a Gracyanne reclama, chama para ir ao cinema, mas a gente já tem um em casa.
Você tem medo de alguma coisa?
Eu não entro em elevadores. Já fiquei preso algumas vezes. Em uma delas estava com as meninas do Fat Family. Você imagina, cara! O elevador era pequeno… Fiquei apertado durante muito tempo ali.
Isso ainda é resquício da síndrome do pânico que você tinha?
Acho que 85% tem a ver com isso. Tenho que trabalhar isso. Quando vou a hotéis, fico hospedado no primeiro andar porque consigo subir de escadas.
Qual foi a última vez que você entrou no elevador?
Eu entro no elevador, mas ele não pode estar cheio. Estive em um hotel em que o gerente subia comigo. Às vezes, meu segurança tem que me buscar. Não é TOC nem mania. Com a Gracyanne ou com o meu produtor eu consigo entrar.
E se fossem dez andares para subir de escada? Você conseguiria, porque hoje você não fuma mais…
É, eu não faço mais essa bobeira de fumar. Fumei durante 23 anos.
Como conseguiu parar?
Um dia, minha mulher pegou meu maço de cigarro e o isqueiro, jogou no lixo e falou: “Chega, porque eu não aguento”. Estou há um ano e nove meses sem cigarro.
Gracyanne é muito saudável, não é?
Pois é! Ela escolheu esse estilo de vida. Não é modismo. Ela se cuida desde os 14 anos, malha… Me orgulho muito de ter uma mulher tão bonita, tão saudável e tão gostosa.
Quando cheguei aqui na sua casa, me ofereceram um bolo e disseram: “Fica tranquilo porque é zero (sem açúcar)”. Aqui, tudo é zero?
Tudo. O legal é que até minha mãe está entrando na dieta. Antes, ela reclamava da comida sem sal.
Não tem sal nem açúcar?
Não. Só para convidados e para as minhas filhas.
Você não sente falta?
Me adaptei totalmente. Hoje, como macarrão integral, arroz integral, carne sem sal. Eu adoro. O resultado de tudo isso é muito bom. Há oito meses eu estava com 92 kg, fui para 74 kg e agora estou com 72 kg.
Quando viaja para shows você costuma levar quentinhas?
Não, eu peço ao pessoal que a comida seja sem sal e sem açúcar. Às vezes, eu ando com alimentos que fazem parte da minha dieta.
Você bebe refrigerante?
Não.
Cerveja?
Não bebo e nunca gostei. Meu pai bebia muito e morreu de cirrose. Fiquei traumatizado com isso. Não tomo champanhe nem no Natal.
Você malha com a Gracyanne?
Quando dá, eu malho. Mas ela pega bem mais pesado.
O apelido ‘Belo’ veio por você ser muito namorador na adolescência?
Isso. Até uns 14 anos, eu tinha duas ou três namoradas. Um amigo brincava: “Ele é muito belo!” (risos)
Todo mundo achava que Gracyanne estaria na atual edição da ‘Fazenda’.
Não, cara. Todo ano é essa coisa de ‘Fazenda’.
Você não deixou?
Não deixo. Não consigo ficar longe. Em todas as turnês eu levo a Gracyanne.
Fica perto porque gosta ou para vigiar?
Porque eu gosto mesmo. Sou muito apaixonado.
Mas ela quase foi para a ‘Fazenda 5’ porque a proposta de dinheiro era muito boa.
Mas nós não conseguimos chegar a um acordo.
E nessa agora?
Também não foi legal.
Não seria bom para a carreira dela?
Não sei, ela está num momento bom e nunca demonstrou para mim que gostaria de estar na ‘Fazenda’.
A imagem dela está muito ligada à sua. Você acha que a Globo pensaria duas vezes antes de te chamar para cantar nos programas da casa se a Gracyanne estivesse na ‘Fazenda’?
Minha vida é a música, não faço propaganda. Acho que isso não tem muito a ver, estou há 17 anos no mercado, toco muito nas rádios. O veículo de comunicação mais importante para a música ainda é o rádio.
Não é bom ter uma música na novela?
Isso é muito gostoso. Agora, vai voltar ‘Tua Boca’ na reprise de ‘O Cravo e a Rosa’, no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. Foi o marco da minha carreira, a primeira música que tocou no Brasil inteiro. Era o tema da Catharina (Adriana Esteves) e do Petrucchio (Du Moscovis). É um presente que a gente ganha.
É verdade que você pensa em ser cantor gospel?
Já tenho essa transição na música. Gravei quatro músicas com um padre, sou muito temente a Deus. Não faz parte dos meus planos nesse momento, mas não posso dizer que nunca acontecerá.
E a sua biografia?
Acho que sai no ano que vem. Meu começo na música, o momento obscuro que passei, meu sofrimento e o que vivo hoje. E vai virar filme.
Sua vida é pública. Vai ter novidade nesse livro?
Vai. Quem sabe de tudo o que eu vivi sou eu e Deus.
Você tem projetos para esse ano?
Tem o DVD desse disco novo. Ainda estamos escolhendo a cidade para gravar.
Vem mais filhos por aí? Você já tem quatro…
Tenho treinado excessivamente, mas isso é com Gracyanne Jacobina Barbosa Vieira. Acho que até o ano que vem.
Você está preparado para ter uma criança pequena em casa de novo?
Claro! Adoro crianças!
- Fonte: Blog Léo Dias
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